quinta-feira, 31 de maio de 2012

Secretas: alguém está a mentir

Tinha acabado de ouvir o nosso primeiro garantir que o Relvas nunca teve negócios com o nosso Bond e pronto, fiquei mais descansado.
Afinal, se não confiarmos nos nossos líderes, vamos confiar em quem?
No nosso cão?
(Bom, na verdade, dizem que é o nosso melhor amigo...)
Salto da TV para a net e o que leio na Visão?
Relvas omitiu negócios com Silva Carvalho
Gaita!
Alguém está a mentir!
Quem?
1. Relvas
2. Coelho
3. Visão
Decidam lá isso e depois digam qualquer coisa.

Springsteen, o classe operária milionário...

«... continua a assumir a defesa da classe trabalhadora, herói dos gajos normais, voz da consciência americana. Nos EUA, apoiou a ocupação de Wall Street, em Espanha saudou os indignados do movimento 15-M. Como vai ser em Portugal?» 
Em Portugal não há movimentos de indignação ou de revolta para ele se lhes associar.
O povo é sereno... Deixa-se roubar sem abrir pio...
Dêem-lhe música, bola e umas peregrinaçõezitas a Fátima e ele aguenta tudo...
Já o dizia o gajo de Santa Comba que agora tem nome de zurrapa... 
Quanto aqui ao Bruce-Classe-Operarária-Milionário-Springsteen, que muito aprecio (como é que se pode não gostar de um gajo tão simples, tão terra-a-terra, tão preocupado com o seu semelhante - na sua música e na sua vida), não deixa apesar de tudo de manifestar de vez em quando aquelas bizarrias típicas das estrelas.
Para vir ao Rock in Rio exigiu: 1 bar para 200 pessoas e outro para 25; 1 camarim para si e outro para a mulher; flores brancas; 240 toalhas (!) - os James, mais badalhocos, só pediram 40 toalhas lavadas, mas usadas... 
É assim, quem pode manda... 
Viva o Boss!

Mamas aqui (ou lá fora): de borla não!

O Governo vai cortar tratamentos e serviços na Saúde
O secretário de Estado da Saúde (da doença...) dá um exemplo extremo. Se a cirurgia estética não for excluída do SNS, Portugal pode ter de pagar a quem vá fazê-la noutro Estado-membro. Noutro extremo estão as terapias que prolongam por pouco tempo a vida de alguns doentes de cancro.
A cirurgia estética tanto pode ser uma reconstrução facial devido a queimaduras como meter silicone nas mamas de uma gaja qualquer.
Parece-me que se deve distinguir.
No primeiro caso - e noutros de igual gravidade e seriedade -, o Estado tem obrigação de financiar.
No segundo, já se devia ter acabado com esta vergonha há muito tempo.
Afinal, eu pago os implantes mamários das mulheres dos outros e nem sequer tenho o direito de confirmar se eles estão bem feitos?
É uma vergonha!...
Brincadeiras à parte, meter na mesma frase a cirurgia estética e as terapias que prolongam a vida de doentes de cancro, ainda que eventualmente por pouco tempo, é uma grande animalidade, ou sou eu que estou armado em sensível?...
Porque é que esta gente não morre?
Poupem nas PPP, não na Saúde, chiça!

Incompetente para o FMI, competente para Coelho


MARC ROCHE

"FMI livrou-se de António Borges porque não estava à altura do trabalho"

“O FMI disse-me que se livraram dele [António Borges] porque não estava à altura do trabalho e agora chego a Lisboa e descubro que está à frente do processo de privatização. Há perguntas que têm de ser feitas”, defende o correspondente financeiro do “Le Monde” em Londres, em entrevista à Renascença.
“Vejo gente da Goldman Sachs a aparecer por todo o lado em posições de poder, faz parte da marca do banco.” 
Marc Roche é o autor de um livro, já premiado, que conta a história da Goldman Sachs e de como este banco dirige o mundo. 
Já me tinha parecido que o problema deste pobre País é as suas elites serem constituídas por gente desonesta e incompetente, mas é sempre bom ouvir uma opinião de fora a confirmá-lo.
Num país decente, notícias como esta - e como a do relatório do Tribunal de Contas que revela que o anterior Governo fez acordos secretos com concessionárias das antigas SCUT, que agravaram os contratos em mais de 700 milhões de euros, em benefício de bancos e concessionárias - davam demissões e prisões.
Aqui, fica tudo na mesma, como a lesma.
Até quando?...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O casmurro e a minhoca


Relativamente à revelação feita por Scolari das razões que o levaram a nunca convocar o Baía - e contrariamente a muitos que se fartaram de lhe dar bordoada -, considero-me esclarecido.
Mais ou menos esclarecido, porque nestas coisas da bola fica sempre alguma coisa escondida ou nas entrelinhas, que só quem frequenta aqueles ambientes conseguirá descodificar na sua plenitude.
Mas, independentemente de um ou outro pormenor que alguns ainda poderão, eventualmente, contar um dia, a razão da não convocação do Baía pelo Scolari é simples e resume-se a uma simples palavra: casmurrice. 
Claro que associado a isso há outra razão: o Scolari acreditou na competência dos guarda-redes Ricardo e Quim e fez aquilo que qualquer bom treinador faz: protegeu os seus jogadores, dando-lhes confiança, de forma a fortalecer aquilo a que na tropa se chama "espírito de corpo".
Ou seja, blindou o seu grupo contra ataques externos ou simples tentativas de desestabilização, tão frequentes no mundo da bola.
O Paulo Bento faz o mesmo, ao contrário da abécula do Queirós que, nos momentos difíceis, sempre preferiu sacudir a água do capote e arranjar um bode expiatório, fosse ele dirigente, jornalista ou jogador.
Disse o brasileiro que inicialmente não convocou o guarda-redes portista porque lhe foi dito pelo Mourinho e pelo Pinto da Costa, num Belenenses-Porto, que ele estava castigado por motivos disciplinares.
Aqui parece que a memória do Scolari o atraiçoou, porque nesse desafio o Baía jogou.
Na verdade, o Baía esteve castigado durante alguns jogos, entre Setembro e Novembro de 2002 (o jogo com o Belenenses aconteceu em Janeiro de 2003).
Esse castigo aconteceu porque o Mourinho lhe perguntou se estava ou não a cem por cento para jogar e, como a resposta foi dúbia, o treinador não lhe deu a titularidade.
O Baía reagiu com declarações públicas muito desafiadoras e, obviamente, foi punido com o afastamento da equipa e provavelmente com alguma multa pesada.
Às tantas lá se retratou e acabou por ser reintegrado, mas houve uma fase em que a sua saída parecia certa.
Foi devido a esses problemas disciplinares que o Scolari afirma agora ter decidido não o convocar inicialmente. 
Mais tarde, na Federação, confirmaram-lhe que o Baía criava - ou tinha criado - problemas no balneário.
Até agora não vi ninguém desmentir isto (nem confirmar, valha a verdade).
Não sei se estes problemas tiveram alguma relação com a vergonha que foi a participação da selecção no Mundial de 2002 - dentro e fora das quatro linhas - e com facto de o Baía ter jogado os três jogos, contra todas as expectativas, porque quem tinha feito os jogos de apuramento foram o Quim (inicialmente) e o Ricardo (depois). O Baía não participou em qualquer jogo, por ter estado grande parte do tempo lesionado.
Na sequência dessa participação vergonhosa no Mundial de 2002, houve conflitos entre o seleccionador Oliveira e a Federação e parece que o Baía foi testemunha do primeiro.
Mas isto já são as tais intrigazinhas em que o português é fértil.
O certo é que o Scolari nunca mais o convocou. 
Entretanto a pressão sobre ele foi-se acentuando.
A dos jornalistas foi pública, todos os dias lhe perguntavam a mesma coisa.
A do Porto também é conhecida, pois com a reintegração do Baía já não tinham razão para o castigarem mais.
E de certeza que recebeu pressões nos bastidores, como é típico deste paisinho de intrigas, promiscuidades e ameaças veladas.
É verdade que o Scolari é casmurro e também é verdade que durante muito tempo se escudou numa "opção técnica" para não o convocar.
Mas, que diabo, se ele não queria revelar estas razões em público, para não criar guerras, que outra justificação poderia dar? 
E por que raio é que ele iria inventar uma conversa com o Mourinho e o Pinto da Costa?
Quanto ao Madaíl, dou-lhe pouco crédito, porque é um homem de fraca personalidade.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Desabafo em tom ordinário

Título do Expresso online:
Christine Lagarde manda pagar impostos mas não paga 
A diretora do FMI - que numa entrevista publicada sábado disse estar mais preocupada com a África subsaariana do que com a Grécia e insinuou que o problema dos gregos era não pagarem impostos -, recebe ao todo 438.940 mil euros por ano sem ter de pagar qualquer taxa ao Estado.
http://expresso.sapo.pt/christine-lagarde-manda-pagar-impostos-mas-nao-paga=f729383
Podia dizer: "Bem prega frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele faz."
Mas em vez disso apetece-me dizer: "Cambada de filhos da p...".
Em Portugal, na França, nos Estados Unidos ou no Burkina Faso, políticos e cães de caça é tudo da mesma raça.
Ou melhor: políticos e rafeiros são todos uns pan...
Pronto... não resolve nada mas alivia.

Merkel e a Farinha Amparo

A recente decisão governamental de introduzir as provas finais, para alunos do 4.º ano, trouxe mais uma vez à baila a questão do facilitismo que se vive actualmente nas escolas, por oposição ao rigor de antigamente.
Desde que me lembro que oiço - especialmente aos mais velhos, mas não só - defender que o antigo diploma da 4.ª classe era praticamente equivalente a uma licenciatura dos nossos tempos, tantos e tamanhos os conhecimentos que proporcionava aos seus detentores.
Descontando o óbvio exagero desta afirmação, a verdade é que, num País com uma elevadíssima taxa de analfabetismo - como era o nosso nos malfadados tempos da "outra senhora" -, quem completava a instrução primária destacava-se muito mais daqueles que a não possuíam do que um licenciado dos nossos dias.
Em terra de cegos...
Actualmente, por serem tantos, os nossos doutores e engenheiros até são aconselhados pelo primeiro-ministro - ele próprio detentor do "obrigatório" canudo, ainda que obtido tardiamente e numa universidade privada, mas supõe-se que durante a semana... - a emigrarem.
E que mal tem?
Chama-se a isto um incentivo à exportação, que é uma coisa fundamental para podermos equilibrar as nossas contas.
E que recursos terá Portugal mais valiosos do que os recursos humanos?
Ora aí está.
A 4.ª classe era muito valiosa porque os alunos tinham que saber debitar em alta velocidade os nomes das cidades, dos rios, das serras e das linhas férreas de Portugal, que nessa época se estendia do "Minho a Timor".
Porque os reis e os respectivos cognomes e dinastias tinham que ser debitados na ponta da língua.
Porque, como não havia calculadoras - muito menos telemóveis ou computadores -, também se tinha que dominar a tabuada, recitada a cantar vezes sem fim até se saber de cor e salteada.
Já agora, também se tinha que aprender a escrever sem dar erros.
Havia professores que aplicavam dez reguadas em cada mão por cada palavra mal escrita que detectassem num ditado.
Olha se fosse agora...
Além disso, mas não menos importante, havia nas salas de aulas um retrato do Américo Tomás, outro do Carmona e outro, claro, do nosso grande líder, aquele que recentemente deu o nome a uns vinhos e a uns chouriços lá na terra dele.
Ah, e aos sábados juntava-se o maralhal todo no pátio da escola a cantar o hino nacional, na sua versão completa.
http://comunidade.sol.pt/blogs/olindagil/archive/2008/04/06/O-FIM-DA-MONARQUIA-E-A-IMPLANTA_C700C300_O-DA-REP_DA00_BLICA.aspx
Nas televisões e na internet têm aparecido alguns modelos de exames da 4.ª classe desses tempos. Aqui vai um, para quem tiver curiosidade:
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151462154407588.479472.246899992587&type=1p://
A todas estas coisas damos hoje tanta importância como nada...
Mas vem tudo isto a propósito dos alemães e mais precisamente da líder deles - e nossa... -, a xô dona Angela-é-Deus-no-Céu-e-ela-na-terra-Merkel.
Então não querem lá ver que a omnipotente e omnipresente chanceler(ina) não sabe onde fica a capital da Europa Alemanha?
http://visao.sapo.pt/angela-merkel-engana-se-e-coloca-berlim-na-russia-video=f667182
http://www.publico.pt/Mundo/merkel-desloca-berlim-para-a-russia-1547974
De visita a uma escola em Berlim, foi desafiada, numa aula de Geografia, a localizar a cidade no mapa, mas apontou para território russo.
Das duas uma: ou a escola antiga da Alemanha Oriental, onde a senhora vivia antes da reunificação, não era tão rigorosa como a nossa - embora o regime fosse parecido... os extremos tocam-se -, ou lhe saiu o diploma na Farinha Amparo lá do sítio.
A gente sabe que a Alemanha sempre teve tentações expansionistas, mas ultimamente até tem estendido os seus tentáculos mais cá para estas bandas...
Enfim, seja como for, é esta a escola que temos.
E os líderes...

Morre tanta gente que faz falta...


Algumas das "incongruências" de Relvas:
- Não recebi…
- Não tenho ideia de ter recebido…
- Recebi mas não respondi…
- Quando recebia apagava porque não tenho tempo…
- Lembro-me que a primeira notícia (da resenha diária de imprensa que recebia de Silva Carvalho) era sobre uma viagem de George Bush ao México (segundo a Reuters, o ex-presidente dos EUA esteve pela última vez naquele país em 2007…)
- Conheci Silva Carvalho em 2010…
Como se diz na minha terra, quando mais falas mais te enterras...
Mas também o que seria de esperar de uma "picareta falante"?
Entretanto, com ou sem pressão, o Público acabou por não publicar a notícia, que está aqui:
Pronto, o gajo é mesmo aldrabão, mas isso é alguma novidade?
Não é normal que os políticos o sejam?
Vamos lá mas é encerrar esta novela, com ou sem Relvas - tanto faz, se ele for substituído é por outro aldrabão... - e falar de coisas sérias.
Por exemplo, o caso BPN, anda ou não?
E o BPP?
E as PPP, investigam-se ou não?
E os cortes nas ditas, sempre avançam?
O Álvaro diz que sim, mas como os políticos são uns...

Barack Obama: uma (des)ilusão...


Nos Estados Unidos, como neste baldio à beira-mar (pouco) plantado, só mudam as moscas...
Vem aí mais uma campanha "à americana", com muito espalhafato mas pouco sumo.
Desta vez, o mundo já percebeu que o Obama não passa de uma peça na engrenagem e que, com ele ou sem ele, nada de essencial vai mudar.
A esperança num mundo melhor, que tantos sentiram há quatro anos com ele, foi-se desvanecendo, até não restar hoje mais do que uma vaga recordação.
Naquela altura, ganhou um preto.
Melhor, um não branco.
Na verdade, um mulato, fifty-fifty.
Foi bom, mas, tal como aconteceu quando a minha aldeia passou a vila, a principal vantagem foi não haver desvantagens.
E se em 2008 o Obama corporizava "a mudança", agora, pelo contrário, simboliza "a situação".
Assim sendo, lá como cá, é preciso haver mudanças, para que o essencial continue na mesma.
Por isso, a única hipótese que ele tem de ganhar será a economia americana crescer alguma coisa que se veja nos próximos meses.
Caso contrário, bye-bye...
Dantes dizia-se que a religião era o ópio do povo.
A múmia do Salazar, para se aguentar tanto tempo no poder (uma eternidade... bendita cadeira), lançou ao povo português doses maciças de, não uma, nem duas, mas três variedades diferentes de ópio: Fado, Futebol e Fátima, os malfadados três efes.
Hoje em dia, pelo menos nos chamados países desenvolvidos, a religião perdeu força.
Em seu lugar, uma nova droga surgiu.
Chama-se democracia.
Com ela nos comem os poderosos as papas na cabeça.
Em nenhuma democracia do Mundo há candidatos a cargos políticos com possibilidades de ganhar sem grandes apoios financeiros por trás.
Assim sendo, dá vontade de rir quando se ouve o Obama dizer com todo o desplante que vai taxar os ricos.
Durante todo o seu mandato não fez nada nesse sentido e era agora, que precisa dos seus milhões para a campanha, que o ia fazer? Ah! Ah! Ah!
Por lá, como por cá, manda quem tem dinheiro, o resto é conversa.
A democracia, governo do povo?
Deixa-me rir...
Tradicionalmente, os americanos saem das crises com guerras.
Ora, o Irão está há que tempos a pedi-las...
Mas serão as velhas receitas ainda eficazes?
Ou, pelo contrário, terá a humanidade chegado a uma encruzilhada?
É que, para lá da tremenda injustiça que é o facto de uns terem tanto e outros tão pouco - o que por si só nada tem de novo, porque sempre assim foi -, o nosso velho planeta está absolutamente sobrelotado, com os seus 7 mil milhões de habitantes.
Há apenas duzentos anos, por exemplo, éramos apenas mil milhões.
Como os recursos da Terra são finitos e ainda não conseguimos conquistar novos mundos, é uma questão de tempo até isto rebentar.
Resta saber quando.
Há quem diga que já começou...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Há que pagar as dívidas! Mas...

... Convém dar ao devedor condições para o fazer. 
Não se deve esquecer que muitos dos países vítimas da brutalidade nazi (Grécia entre eles) tiveram que se reerguer sozinhos, sem quaisquer indemnizações, enquanto a Alemanha Ocidental teve no pós-guerra grandes apoios dos EUA (Plano Marshall) e muita da sua dívida foi perdoada ou adiada, dizendo-se na altura que até à reunificação das duas Alemanhas. 
Claro que quando essa reunificação ocorreu já ninguém falou da dívida, porque se considerou que entretanto tinha passado muito tempo, por um lado, e por outro que o esforço financeiro necessário para ajudar a Alemanha Oriental seria incompatível com o pagamento de indemnizações de guerra. 
Portanto, a Alemanha reergueu-se não apenas devido aos seus próprios méritos (que foram muitos, sem dúvida), mas também ao facto de, contrariamente ao pós-primeira guerra mundial, não ter sido forçada a pagar pesadas indemnizações. 
A ânsia de dinheiro por parte dos credores/vencedores no final da I Guerra Mundial provocou a II Guerra. 
O perdão da dívida e a ajuda dos mesmos credores/vencedores no final da II Guerra Mundial levou ao impressionante desenvolvimento da Alemanha de hoje. 
Só não aprende com a História quem não quer...

E o outro é que era Pinóquio!...


E era, mas cadê os outros?
Quando ouvi este marmanjo do Relvas dizer que não "tinha ideia" de ter recebido sms e clippings(anglicismo "fino" para designar recortes de jornal), concluí imediatamente, como é óbvio, que ele estava a mentir.
Fez-me lembrar outra triste cena de aldrabice de outro político, o Clinton, quando afirmou:
"Não TENHO nenhum caso com a menina Lewinsky".
Tecnicamente não mentiu, porque na altura JÁ não tinha um caso com ela.
Tinha tido... 
Esperteza saloia...
Agora o Relvas, quando disse que não tinha ideia também não mentiu formalmente, porque se o caso não morresse por ali podia sempre, mais tarde, alegar esquecimento.
A memória, como todos sabemos, é selectiva...
Só que, como tão bem diz a sabedoria popular, "a mentira tem pernas curtas" e "apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo".
De forma que este (ainda) ministro vai tropeçando de mentira em mentira, na tentativa desesperada (e, fosse isto um país a sério, vã) de se agarrar ao poder.
Isto é importante?
Para mim é, para os apoiantes dele, pelos vistos, não.
Só era se tivesse sido com o Sócrates.
Também os compreendo: o ex-primeiro-ministro era tão aldrabão e aguentou-se seis (6!) longos anos no poder, porque é que o Relvas, não sendo mais aldrabão do que ele (nem menos), não se há-de aguentar?
Pois 'tá claro, neste País de ciganos o exemplo tem que partir sempre do outro lado, nunca do nosso.
Aguenta-te Relvas, que enquanto o pessoal estiver entretido a dar-te bordoada, folga o Coelho!
Entretanto (um bocadinho de demagogia barata... e de dor de cotovelo), os gestores do PSI-20 ganham 44 vezes mais que os trabalhadores.
Em 2010 ganhavam "só" 37 vezes mais.
Ou seja, uma maneira muito nossa de repartir os sacrifícios em tempo de crise.
Na Espanha a diferença é de 24,7.
E então? Nalguma coisa teríamos que ser melhores que eles, não?
Pois claro, os nossos gestores têm mais categoria!
Oh, oh, põe categoria nisso...
Quanto aos CEO das 350 maiores empresas, recebem 231 vezes mais que a média dos seus trabalhadores!
Conclusão: isto é um País de invejosos.
Siga o baile, que ainda não batemos no fundo!
Afinal, ainda não há gente a morrer de fome.
Pois não?...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O mérito dos nossos grandes líderes...

Com a devida vénia, transcrevo do blogue "Viriato à Pedrada" - à pedrada era como devíamos correr com esta cambada que nos tem governado - algumas informações bem elucidativas da capacidade e preparação de Passos Coelho para governar este desgraçado País.
«Percurso profissional: Até 2004, apenas actividade partidária na JSD e PSD;
a partir de 2004 (com 40 anos de idade) passou a desempenhar vários cargos em empresas do amigo e companheiro de Partido, Engº Ângelo Correia, de quem foi diligente e dedicado 'moço-de-fretes'
Um homem que, mesmo sem ocupação profissional, só conseguiu terminar a Licenciatura (numa Universidade privada...) com 37 anos de idade!»
Quem quiser conhecer mais pormenores, faça o favor:
Já agora, espreitemos também um pouco do currículo de Miguel "Picareta Falante" Relvas, o ministro recentemente vítima de pressões por parte do "Público" (http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=50223):
Licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Lusófona, em 2007 (46 anos)
"Ele já é licenciado"
PS - Se alguém conhecer o CV do Engenheiro/Pinóquio/Jeitoso/Irritadiço/Offshores/Sorbonne, para além dos aspectos já conhecidos (conclusão da "licenciatura" aos 39 anos, num domingo, numa universidade entretanto extinta devido à forma como era gerida...) agradeço que partilhe connosco. É sempre bom estudarmos a biografia dos nossos grandes líderes, gente de sucesso e de valor, para "vermos como é" que se deve fazer para aproveitar as oportunidades únicas que estão aí escancaradas à nossa espera...

O Marocas nunca foi gago...

Mário Soares nunca teve problemas por o seu discurso não ser coerente com a sua prática.
Como ele não se cansa de dizer (e de demonstrar - aqui há coerência...), não há nada que lhe tire o sono.
Muito menos essas minudências.
Pode-se mesmo dizer que, depois do 25 de Abril, o nosso "bochechas" inaugurou a moda (que pegou de estaca) de dizer uma coisa e fazer o seu contrário.
Como se sabe, essa cartilha passou a ser escrupulosamente seguida por todos os governantes que se lhe seguiram.
Porque os políticos acham que só mentindo é que as pessoas votam neles.
Mas a verdade é que a chamada alternância existe em todas as democracias do mundo.
É necessário mudar de governantes de vez em quando, porque os eleitores se cansam deles.
Ou, nas palavras de Eça de Queiroz, os políticos e as fraldas devem ser mudados de vez em quando, pelas mesmas razões.
Na Inglaterra, os partidos usam um esquema para prolongar a sua permanência no poder, que é a substituição do primeiro-ministro.
Mas isso não costuma resultar.
Tem que se mudar de partido, porque essa é a essência da democracia.
Ora mandam uns, ora mandam outros.
Nas ditaturas é que mandam sempre os mesmos.
(Então, porque é que os ricos estão cada vez mais ricos, apesar de os governos serem ora de direita, ora de esquerda, enquanto o povo vai empobrecendo?)
Soares teve toda a vida um discurso de esquerda, às vezes até um tanto ou quanto radical.
São tantos os exemplos que nem vale a pena enumerá-los.
Limito-me, por isso, a enunciar um, o recente conselho a Seguro para rasgar o acordo com a troika.
Além dele, só o PCP ou o BE é que se atreveram a dizer coisa parecida.
Pela simples razão de que são partidos de protesto, não de poder.
Mas se por acaso ganhassem as eleições, não tenho dúvidas de que também não o fariam.
Também eles, inevitavelmente, entrariam no rol dos que dizem uma coisa e fazem outra.
Quanto à prática soarista, relembre-se o socialismo na gaveta, o caso do fax/aeroporto de Macau, a fundação financiada pelo Estado, aquela história obscura dos diamantes de Angola, as centenas (milhares?) de viagens como presidente da República, nomeadamente às Seychelles, ou a arrogância com que gosta de tratar os agentes da autoridade.
Apesar destas incongruências, não se resguarda, intervém sempre que acha oportuno, sujeitando-se às (muitas) críticas.
Consciente de que já alcançou na vida tudo o que podia alcançar, nada teme.
Do alto da sua posição de senador vitalício, sabe que nada de mau lhe pode acontecer.
É, de certa forma, inimputável.
Devemos, por isso, relativizar as suas declarações...
Irónico, não é?
Não o devemos levar a sério porque, estando retirado, ele pode-se dar ao luxo de dizer o que lhe vai na cabeça, sem recear as consequências.
Quanto aos outros, também não os devemos levar a sério porque, estando no activo, dizem o que acham que nós queremos ouvir e fazem depois o contrário.
Desde Durão Barroso, com a desculpa de que "isto" está pior do que eles pensavam.
Mas se não fosse essa, facilmente arranjariam outra.
Porque aldrabar-nos (e roubar-nos) está-lhes na massa do sangue.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

É a solidariedade, estúpido...


Muitos dos nossos comentadores, políticos, jornalistas, economistas, especialistas e outras palavras acabadas em istas – alguns socialistas, mas não comunistas... – não se têm cansado de repetir a cassete de que nós não somos iguais à Grécia.
Esquecem-se que, antes desta crise, a Grécia também não era igual à Grécia, se é que se pode dizer isto.
Ou seja, os Gregos também eram um povo pacífico, antes de os grandes da Europa, a mando das agências de rating – por sua vez a mando dos verdadeiros senhores do Mundo, os capitalistas –, os terem começado a tratar como se fossem uma cambada de caloteiros, calaceiros, arruaceiros e outras palavras acabadas em eiros.
Que lá os há, há.
É como cá.
Mas esta estratégia, que vem desde o início da crise – não esqueçamos que os irlandeses, primeiro, e os espanhóis, depois, também o disseram relativamente a nós... –, é completamente errada e estúpida, porque não dizê-lo?, por duas razões:
1. Porque ao querermos distanciar-nos dos Gregos, como se eles tivessem lepra, estamos a legitimar idêntica atitude por parte dos outros em relação a nós.
Ou seja, aceitamos que o que se deve fazer é castigar os países com défice excessivo, em vez de os ajudar.
2. Mas principalmente porque, ao fazermos isto, estamos a esquecer-nos de uma palavra que deveria ser a base de toda a construção europeia: SOLIDARIEDADE!
Nas sociedades modernas – talvez menos do que nas mais "atrasadas"... – esta palavra não pode ser vã, porque é a base da própria civilização, em última análise o que nos distingue dos animais, que deixam sem remorsos morrer os mais fracos.
Querer construir uma União Europeia desta forma, deixando cair – mais, empurrando para o abismo – os pequenos países, com economias mais frágeis, logo na primeira crise a sério, é dizer claramente que tudo isto só foi feito porque os mais fortes queriam um mercado aberto, para poderem escoar os seus produtos.
Nesta "construção europeia" fica então reservado para os mais fracos o papel de "embrulho" de entrar essencialmente por dois motivos: como consumidores e como criados.
Consumidores, porque obviamente compramos os produtos tecnologicamente desenvolvidos dos mais ricos.
Criados, porque estando nós no Sul, onde o sol e as praias – que os nórdicos adoram – abundam, ficamos condenados a trabalhar no turismo, na hotelaria, na restauração, construindo e cuidando de fantásticos campos de golfe – onde a grande maioria de nós nunca jogará e que consomem milhões e milhões de litros de água, que é um bem cada vez mais escasso –, para que os nossos "senhores" do Norte venham quando quiserem gozar umas belas e merecidas férias.
Não temos outros produtos que possam ser competitivos no mercado comum europeu, porque tecnologia é coisa que pouco "nos assiste" e quanto aos nossos produtos tradicionais, baseados nos baixos custos de produção, os chineses encarregaram-se de dar cabo deles sem qualquer dificuldade, com a sua produção de artigos de baixa qualidade, produzidos por uma mão-de-obra quase escrava.
Isto porque os iluminados dos alemães, mas também os franceses, lhes abriram o nosso mercado, para em troca poderem entrar no imenso mercado chinês com os seus automóveis e não só – mas também...
Claro que nós também temos muitas culpas no cartório, principalmente porque não aplicámos correctamente os fundos comunitários.
A corrupção e as grandes obras públicas foram uma constante neste País desde a nossa entrada na CEE.
A poupança rapidamente desapareceu dos nossos hábitos, cedendo o lugar a uma ânsia desenfreada de consumo.
As remessas dos nossos emigrantes caíram drasticamente, reflectindo um novo tipo de perfil de emigrante português, agora já não interessado em amealhar o máximo possível para um dia regressar à pátria, mas sim em ficar junto dos seus nos países de acolhimento.
Só que a hora não é de ajustar contas, mas sim de lutar contra a crise.
Vencida esta, aí sim, será tempo de ajustar contas com o passado.
Não para punir aqueles que consumiram desbragadamente, mas sim para de uma vez por todas eliminar os défices monstruosos criados em anos a fio de ilusão de riqueza, ajustando e equilibrando definitivamente o deve e haver da criação de riqueza.
É que tão culpados foram os que compraram mais do que a sua riqueza lhes permitia, como os que lhes venderam tudo e mais alguma coisa, principalmente porque até lhes emprestaram o dinheiro para isso.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Qual campeonato, desconto no enterro é que é!


É tão comovente quanto apropriado uma joint venture em torno deste slogan. Uma florescente prosperidade para esta simpática empresa, é o que mais desejo.
http://sporting.blogs.sapo.pt/

Para alguns, este acordo da direcção da lampionagem com uma funerária, para garantir descontos aos sócios nos respectivos funerais, parece surreal.
Para mim não.
Na verdade, há muito que parece que aquela gente vive noutro mundo.
Trata-se portanto de oficializar a coisa.
Senão, vejamos: passam a vida a dizer que são o melhor clube do mundo e perdem campeonatos atrás de campeonatos.
Passam a época a dizer que não falam de arbitragens (enquanto vão à frente) e assim que perdem a liderança não fazem outra coisa senão dizer que a culpa é dos árbitros.
Dizem que o Pedro Proença não presta, tendo-lhe até já um adepto partido os dentes, quando ele é "só" o árbitro que vai apitar a final da Liga dos Campeões.
Dizem que o Olegário não presta porque os prejudicou uma vez, quando esta "ave rara" já prejudicou o Sporting sete ou oito vezes (os jogos que apitou).
Acresce que estes dois árbitros são adeptos do clube de Carnide, ou seja, nem os seus trata bem...
Há sete anos ganharam o campeonato graças à arbitragem e não se importaram nada com isso (até se riram muito), mas quando perdem são uns autênticos Calimeros.
Todos os anos gastam milhões em aquisições, para nada.
Contrataram  um treinador sem currículo e em final de carreira, mas apesar disso aceitaram que ele pusesse no contrato uma cláusula de rescisão milionária, só porque na altura em que o foram buscar "constou" que o Porto também o queria (onde é que eu já vi este filme, é um clássico do Pinto da Costa, mas esta gente não aprende).
De maneira que não o podem despedir.
Um dia, quando o Vieira deixar a presidência da lampionagem, vamos saber qual é verdadeiramente o seu passivo.
Para já, os números oficiais dizem que é mais ou menos igual aos do Sporting e do Porto juntos, mas a comunicação social prefere dizer que o Sporting é que está falido...
Vivem agarrados ao passado, uma espécie de fidalgos falidos, sempre com a mania das grandezas, apesar de terem ganho a Taça dos Campeões há mais de 50 anos!
Continuam a dizer que o Eusébio é o melhor jogador português de todos os tempos, apesar de já ninguém se lembrar de o ter visto jogar e de termos um Figo ou um Cristiano Ronaldo.
A comunicação social faz-se eco destes e de outros disparates porque acha que as pessoas os querem ouvir.
Por seu lado, as pessoas acreditam nisto porque a comunicação social o diz.
E andamos nisto, com três campeonatos ganhos nos últimos 20 anos, contra 14 do Porto, 2 do Sporting e um do Boavista.
Surreal? Ná.
Afinal, este povo não está ainda à espera que, numa manhã de nevoeiro, apareça por aí o D. Sebastião para salvar a nação?
Como já disse, esta coisa dos descontos nos enterros é uma boa notícia para os sócios do clube da gaivota.
Se bem que não é "a" grande notícia.
Terminado mais um campeonato com o resultado do costume, renova-se a esperança.
Para já, enquanto não começa uma nova época, vamos ter o órgão oficioso (ou oficial?) dos lampiões (a Bola, pois claro!), a oferecer-nos manchetes diárias de grandes aquisições, jogadores dos quais nunca ninguém ouviu falar, mas que, da noite para o dia, se transformam nos maiores craques à face da Terra.
Entretanto, toda a nação encarnada anseia pela verdadeira grande notícia, que é, evidentemente, a venda do Hulk!
Já no ano passado ficaram radiantes com a venda do Falcão e apesar disso voltaram a perder, mas, caramba, afinal a esperança é verde vermelha!
Apetece-me dizer: "coitados", mas depois lembro-me de que sou do Sporting...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Ainda os alemães...


Alguns dos comentários ao post "Alemães: estúpidos ou hipócritas?..." demonstram que os seus autores não o leram.
Terão ficado pelo título. 
Ou então tresleram.
Houve quem chamasse aos portugueses (em última análise, a eles próprios...) tugas, indisplinados, incultos, calaceiros e corruptos. Ao País, piolheira e choldra, entre outros mimos.
Enfim, a típica maledicência portuguesa, à qual, como bom português que pretendo ser, também não escapo de vez em quando. 
O nosso problema não é falta de trabalho, porque segundo as estatísticas (basta googlar e os resultados saltam à vista...) os portugueses trabalham mais do que os alemães.
Os milhões de portugueses da diáspora também o comprovam desde há muito.
O nosso problema foi há muito (mil anos antes da própria nacionalidade) claramente identificado pelos romanos: "Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar".
Ou seja: o nosso problema é essencialmente a (falta de) organização.
Somos excelentes a desenrascar, péssimos a organizar.
Um exemplo, entre tantos possíveis: alcatrocar uma estrada e passado pouco tempo parti-la toda para fazer o saneamento. É novidade para alguém?
Claro que a par disto existe, profundamente enraizada em nós, a cultura da cunha, do favorecimento e do compadrio.
A promiscuidade entre a política e os negócios.
Perante a total inoperância da justiça e a facilidade de corromper os detentores de cargos públicos, a(s) mafia(s) portuguesa(s) nem precisa(m) de utilizar métodos violentos.
Trata-se de um "polvo" à portuguesa, de brandos costumes.
Mas que nem por isso movimenta valores menos significativos.
Senão, vejamos esta notícia do DN, do passado dia 29 de Abril, relativa ao BPN:
"A fraude que pode atingir 8,3 mil milhões"
E agora, só por curiosidade, comparemo-la com esta, também do DN, do dia 15 de Junho de 2009:
"Constâncio: fraudes no BPN são inferiores a mil milhões"
Palavras para quê? Cada um que tire as suas conclusões...
Claro que o Cavaco não tem nada que ver com isto. Os burlões terão sido Oliveira Costa, Dias Loureiro, Duarte Lima ou Arlindo Carvalho, para só referir os mais conhecidos.
Mas lá diz o ditado: "Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és"...
Voltando à vaca fria (para alguns mais propriamente uma vaca sagrada), a toda poderosa Alemanha: em lado nenhum afirmei que não devemos pagar as dívidas, ou que os alemães devem continuar a financiar o nosso nível de vida.
O que afirmo é que é necessário dar condições a quem deve para que possa pagar. Sob pena de entrar em bancarrota...
E também digo que a União Europeia deveria ser um espaço de solidariedade e não apenas um mercado comum, que obviamente favorece as economias mais fortes e em que os mais fracos apenas entram se tiverem dinheiro para comprar...
Com o desmantelamento diário das nossas empresas, com o avolumar do desemprego e o aumento contínuo dos impostos, está visto que não vamos lá. 
Segundo a teoria económica denominada "curva de Laffer", a cobrança de impostos, ao atingir um nível demasiado elevado, contrai de tal forma a economia que leva a uma diminuição das receitas. 
Uns dizem que já chegámos a esse ponto.
Outros que ainda não, mas quase.
A ver vamos, como diz o cego.
Na certeza, porém, de que o pior cego...
Pois.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Alemães: estúpidos ou hipócritas?...

Schäuble diz que zona euro está em condições de suportar saída da Grécia

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou hoje, em entrevista ao jornal Rheinische Post, que a zona euro "está mais resistente" e tem condições para suportar uma saída da Grécia da moeda única.http://noticias.sapo.pt/economia/artigo/schauble-diz-que-zona-euro-esta-_3658.html

Portugal deixou de produzir para se tornar um país de serviços.
De turismo, dizia-nos Cavaco enquanto destruía alegremente o nosso tecido produtivo em troca dos milhões que nos chegavam diariamente da Europa.
Hoje, foram-se os milhões e a produção.
Estamos pobres de novo, como preveria facilmente qualquer um que não se tivesse deixado cegar pelos ditos milhões.
Porque o pior cego é o que não quer ver.
A Grécia é o país da Europa que mais gasta em armas per capita, comprando principalmente à Alemanha (submarinos e tanques) e à França (helicópteros e fragatas), precisamente os países que mais os têm pressionado para reduzirem as despesas. 
Mas que não quiseram que eles devolvessem as fragatas e os submarinos. 
Porque "os contratos são para cumprir".
Excepto os contratos com as pessoas. 
Corta-se então despesas nas prestações sociais e nos salários.
A indústria das armas é uma das maiores vergonhas das nações desenvolvidas, democráticas e humanistas.
Com essas armas, tem o ocidente enriquecido.
A Rússia e a China também, claro. 
Mas não são democracias, nem desenvolvidos, muito menos humanistas.
Com essas armas, têm-se os países subdesenvolvidos chacinado entre si, em guerras fratricidas que apenas os têm empobrecido.
À excepção, claro, das elites dirigentes, que negoceiam alegremente com as potências "humanistas" a compra dessas armas, em troca das enormes riquezas dos seus países.
Essas elites exploram muito mais os respectivos povos do que alguma vez "nós" fizemos.
Quando toda a Europa estiver falida, quero ver para onde é que a Alemanha exporta. 
Custa muito ver isto?...

terça-feira, 8 de maio de 2012

Casa onde não há pão...

Por estes dias o que mais vemos é gente de todos os quadrantes a apontar o dedo aos supostos responsáveis por este (pré) caos a que chegámos.
Tão facciosos são os que dizem que o “bochechas” tem a culpa de tudo (ressabiamentos dos tempos da descolonização, quase sempre), como os que dizem que a culpa é do PSD e do CDS (se calhar queriam que o PS governasse ad aeternum).
Uns e outros não conseguem ver, porque o impede as lentes cor-de-laranja ou cor-de-rosa com que teimam em observar a realidade, que o PS e o PSD são as duas faces da mesma moeda.
Quanto ao CDS, é uma mera muleta de que o PSD dispõe quando não tem maioria, vantagem de que o PS não beneficia em idênticas circunstâncias. Os dois partidos mais à esquerda, por não o quererem, não contam para a governação. Assim, estamos "condenados" a uma alternância PS/PSD.
Estamos todos fartos de saber que estes dois partidos têm um discurso na oposição e uma prática muito diferente na governação. Na oposição, dizem o que acham que as pessoas querem ouvir, contestam, "opõem-se", numa palavra. Ah!, e prometem mundos e fundos. No poder, fazem tábua rasa das promessas e submetem-se a dois poderes, um interno e outro externo.
Cá dentro, manda o "grande capital", expressão irremediavelmente associada à "cassete" comunista, mas que nem por isso deixa de reflectir a realidade. Bancos e grandes empresas, nomeadamente de construção, tendo como muletas os grandes escritórios de advocacia, têm ganho muitos milhões com as parcerias/promiscuidades estabelecidas com o Estado.
Estes escritórios de advogados representam (bem) o "grande capital" e (mal) o Estado, sendo muitas vezes responsáveis pela elaboração de leis cheias de buracos, à medida dos interesses dos poderosos e altamente lesivas do interesse geral.
O poder económico e financeiro tem subornado desavergonhada e impunemente o “poder político” e obtido lucros colossais à custa do irremediável empobrecimento do País. Isto acontece tanto com o PS como com o PSD/CDS. As diferenças entre uns e outros manifestam-se habitualmente ao nível da semântica, ou em questões como o aborto e os gays (resolvida a questão do casamento, espera por melhor oportunidade a da adopção).
Por vezes, vêm os saudosistas dos tempos da "outra senhora" afirmar que dantes não havia nada disto. Para estes, não seria mau verem o documentário que a RTP 2 passou recentemente às duas da manhã (!), chamado "Os donos de Portugal".
Artigo de opinião do i:
http://www.ionline.pt/opiniao/os-donos-portugal
links do documentário:
http://www.donosdeportugal.net/
http://vimeo.com/40658606
Descontada a visão parcial dos bloquistas responsáveis pelo documentário (chamem-lhe facciosismo, se quiserem...), vale mesmo assim a pena vê-lo e reflectir um bocadinho sobre os factos lá relatados.
Ah!, já me esquecia do outro poder, o externo. Aquele que, desde sempre e não apenas após a nossa entrada na CEE, faz dobrar a espinha aos nossos governantes. Trata-se do poder dos países mais fortes, historicamente a Inglaterra, a França, a Alemanha, mesmo a Espanha, pela sua proximidade e, fora da Europa, acima de todos, os EUA.
Este poder tem também muito (muitíssimo!) que ver com capital e finança. Aliás, tem essencialmente que ver com isso. Soa a "cassete"? Paciência. Também a palavra "camarada" e nem por isso estamos impedidos de a utilizar.
Quanto à palavra “democracia”, trata-se, mais do que de um formalismo, de um autêntico logro, já que para o “capital” é indiferente que governem estes ou aqueles.
A todos submete, a todos corrompe.