sexta-feira, 4 de julho de 2014

Aprender ou não a lição, eis a verdadeira questão

As declarações indignas e bajuladoras do Cavácuo na semana passada ao seu homólogo alemão (de que Portugal terá aprendido a lição) deviam provocar uma grande tristeza e humilhação e uma profunda revolta em todos os portugueses, ainda que haja que dar o desconto a um homem que não está, nunca esteve e já não poderá estar à altura das suas responsabilidades.

Claro que o povo, manso, sereno ou lá como lhe quiserem chamar, está demasiado preocupado com a sua própria vida para se indignar com vergonhas destas. O preço a pagar por essa indiferença está a ser pago diariamente, sem fim à vista. Devagarinho, para não doer tanto, quem acha mole vai carregando.
A prova de que não há aqui nenhuma lição aprendida é o que está a acontecer com o BES. Depois do que aconteceu com o BPP e o BPN, como é possível estarmos a assistir a mais uma valente roubalheira perpetrada pela gente dos bancos, perante a incompetência do Banco de Portugal e o branqueamento da quase totalidade dos jornalistas e comentadores?
Nos Estados Unidos, onde tudo começa e tudo tem sempre uma maior dimensão, estas pessoas são presas.
Por cá, o mais certo é termos que ser nós todos a pagar mais este escândalo.
Não foram os portugueses, mas sim os bancos, quem andou a viver acima das suas possibilidades.
Sem se compreender isto, não se pode resolver problema nenhum.
O que significa que ainda vamos ter muito que penar...