"Expectável" é palavra na moda.
Durante muitos anos quase ignorada pela maioria dos portugueses, nos últimos tempos caiu-nos no goto.
Significa "presumível, provável, de esperar, espectável".
Diz Carlos Marinheiro (Ciberdúvidas, 29/06/2007): "No Brasil, além da forma expectável, ainda existe a variante expetável (in Dicionário Eletrônico Houaiss)."
E em Portugal, não?
Consultando a velhinha Enciclopédia Lello Universal, portuguesa de Portugal (Porto, 1973), lá está, a seguir à palavra, entre parêntesis, (èt).
Ou seja, pelo menos há 40 anos, também em Portugal, aparentemente, se lia "expetável", sem se pronunciar o c.
Pelos vistos, hoje não é assim.
Mas não há problema, porque, como apregoa o AO90, se se pronunciar, bota-se (melhor ainda: pranta-se); senão, não.
É como se quiser.
Ou quizer.
Eu espe(c)tava mas era uma coisa que eu cá sei num certo sítio daqueles que não sabem elaborar uma frase que seja sem lá encavarem o "expectável".
O pior é que eles se calhar até gostavam...
Madrugada de 25 de Abril de 74, parada da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém: "Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!" – Salgueiro Maia. Todos os 240 homens formaram de imediato.