sábado, 29 de dezembro de 2012

A barbárie em pleno século XXI


Morreu jovem indiana vítima de violação em grupo

«Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (...) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos»
— Victor Hugo, 1876, a propósito da abolição da pena de morte em Portugal (o primeiro país europeu a fazê-lo)

Apesar da minha enorme admiração pelo grande escritor francês, e de eu próprio achar que a pena de morte não é uma coisa digna de países civilizados, confesso que não me sentiria nada incomodado se aqueles "animais" fossem condenados à morte, o que, aliás, pode bem acontecer.
Até porque a Índia, em matéria de direitos das mulheres, não é propriamente um país civilizado. Senão, vejamos:
- Em consequência dos abortos selectivos, comuns naquele país, há 37 milhões de homens a mais do que mulheres, havendo casos de mulheres que são forçadas a abortar cinco ou seis vezes até que fiquem grávidas de um macho;
- Consequentemente, os jovens adultos já têm dificuldades em encontrar mulheres para casar, o que provoca o tráfico de meninas de zonas pobres, que acabam como escravas sexuais;
- Em cada 20 minutos é violada uma mulher, mas apenas um em cada quatro dos culpados é condenado, devido à enorme corrupção da polícia;
- 44% das mulheres entrevistadas para um estudo revelaram já terem sido espancadas pelos maridos e 49% consideram isso normal;
- Sempre que as mulheres reclamam alguns direitos, os homens respondem com violência;
- Muitas mulheres contraem sida com os maridos, com quem muitas vezes foram forçadas a casar-se. Ainda por cima, os homens reagem à notícia rejeitando-as e fornicando com garotas, porque acreditam que desta forma se curarão da sida...
Perante este cenário, a pena de morte até nem parece uma coisa assim tão bárbara, pois não, Victor Hugo?

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O valor das imagens


Vejo na TV dezenas de putos palestinianos a atirarem pedras aos militares israelitas, os quais por sua vez ripostam com tiros certeiros das suas moderníssimas e mortíferas armas, e não consigo evitar que me venham à cabeça dois pensamentos:
1. Há, muito mais do que cerca de quatro mil quilómetros, um mundo - quê?, uma galáxia, um universo! - a separar aqueles jovens dos nossos. 
Talvez eles sejam exagerados, pode ser que estejam errados, se calhar são manipulados e até fanatizados, mas certamente ninguém dirá que são comodistas, nem materialistas, nem egoístas e, muito menos, que são cobardes...
2. Num conflito que dura desde a criação do estado de Israel, há quase 65 anos, e cuja solução parece não existir, aquelas imagens ajudam-me - e de que maneira! - a decidir sobre qual das duas partes terá mais razão.

Boa malha, Pedro!


Cito de cor:
"Os portugueses são governados por meia dúzia de bastardos estrangeiros, que vêm para aqui dar entrevistas e ditar leis, como se fossem donos do país"
Pedro Abrunhosa, TVI 24, hoje

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Diz-me como tratas os teus velhos, dir-te-ei quem és...


Os noticiários voltaram nestes dias a chamar-nos a atenção para a vergonha nacional que são os lares de terceira idade sem condições - só este ano, a Segurança Social já fechou mais de setenta. Numa das reportagens, os utentes eram sujeitos a toda a espécie de patifarias, como ser molhados com uma mangueira no quintal, comer um pão a meias(!), ficar amontoados numa cave durante o dia e ter que subir à noite dois andares para ir para os quartos, sob pena de ter que ficar cá em baixo num sofá... Muitos queixaram-se com fome, frio, falta de higiene ou medicamentos trocados. Tudo condimentado com maus tratos q.b., nalguns casos, mesmo, agressões físicas.
Algumas pessoas, que já o terão tentado fazer, afirmam que a forma mais rápida de fechar um lar sem condições é denunciar a situação a uma televisão, pois quando se dirigiram ao tribunal ou à segurança social estas instituições nada fizeram.
Esta questão dos velhos está a transformar-se, mais do que num problema, numa verdadeira tragédia.
Senão, vejamos: a população está cada vez mais envelhecida, uma vez que as pessoas vivem mais tempo e a natalidade baixou muito.
O Estado, que tem a obrigação de garantir condições dignas de vida a todos os seus cidadãos - ou já não terá?... -, especialmente aos mais desprotegidos, pouco ou nada tem feito por eles. 
As pessoas não podem - e também não querem... - tomar conta dos seus velhos. Gostamos muito dos nossos pais - especialmente enquanto eles nos podem ajudar - mas, a partir do momento em que deixam de ser auto-suficientes, é certo e sabido que os pomos num lar.
A sociedade actual - consumista, materialista, imediatista, egoísta e outras palavras acabadas em ista - aprecia mais a imagem do que o conteúdo. Gosta da beleza, da juventude, da alegria... E não da velhice, da doença, da tristeza... Numa palavra, da morte, a que, inevitavelmente, todos estamos condenados desde o momento em que nascemos.
Por isso tendemos a afastar de nós os velhos, colocando-os em lares e indo lá de vez em quando vê-los, em visita de médico. Ou nem isso... E assim, com eles longe dos nossos olhos, a ideia do envelhecimento, da doença e da morte torna-se mais suportável. 
Tudo isto é triste. 
Especialmente porque se o envelhecimento, a doença e a morte são inevitáveis - a alternativa é morrer novo... -, o mesmo não se pode dizer dos autênticos depósitos de velhos em que, na maioria das vezes sem um mínimo de dignidade, colocamos os nossos velhos.
E a verdade é que há alternativas aos lares. Especialmente aos mais de 3 mil lares clandestinos que continuam a funcionar no nosso país. Por serem mais baratos, as pessoas procuram-nos, porque não têm dinheiro para mais, ou porque, tendo-o, não o querem gastar. Essas pessoas acabam por ser, de alguma forma, cúmplices desta miséria. Porque conhecem as más condições desses lares, ou porque não querem conhecer.
Algumas dessas alternativas são, por exemplo: apoio domiciliário, centros de dia e/ou de noite, edifícios em que as pessoas podem viver no seu próprio apartamento, fazendo as refeições em refeitórios... 
Seria, até, uma boa maneira de dar trabalho aos quase novecentos mil desempregados que - oficialmente - Portugal tem.
Mas é claro que, se não o fizemos em tempo de vagas gordas, dificilmente o faremos agora, afogados como estamos pela crise financeira e pelas teorias - e, principalmente, pelas práticas! - neoliberais.
Esperemos então por melhores dias.
Entretanto, os nossos velhotes que se aguentem.
Se isso lhes servir de consolo, também nós seremos velhos um dia...

PS - Um exemplo de uma alternativa "à portuguesa":
Pelo menos 1200 idosos morreram em Lisboa, no ano de 2011, sem assistência médica. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

1. A culpa é dos jornalistas


2. A culpa é sempre dos jornalistas.

3. Quando a culpa não é dos jornalistas, aplica-se o número um.

Oscar Wilde



Carlos Abreu Amorim diz que Passos Coelho foi mal interpretado ao sugerir a emigração como caminho para os professores desempregados




















Memória selectiva













Miguel Beleza não se recorda dos motivos do encontro entre Dias Loureiro e António Marta


Passos Coelho foi co-fundador da organização não-governamental Centro Português para a Cooperação, concebida para obter financiamentos destinados a projectos de cooperação que interessassem à empresa Tecnoforma. Entre os seus membros figuravam Marques Mendes, Ângelo Correia, Vasco Rato, Júlio Castro Caldas e outras destacadas figuras do PSD. Ângelo Correia e Marques Mendes não têm qualquer recordação da ONG, nem dos três projectos financiados pelo FSE. Passos era nessa altura deputado em regime de exclusividade e nunca declarou o cargo que ali exercia no seu registo de interesses.











Ufa!


O ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco, afirmou hoje que o avião ligeiro que foi perseguido domingo por dois caças F-16 da Força Aérea e depois desapareceu do radar não constituiu ameaça sobre o território português.
Confesso que fico mais descansado, perante esta garantia do ministro.
Pensava que vinha aí uma invasão de espanhóis, alemães ou, sei lá, de extraterrestres.
De qualquer forma, ainda que mal pergunte, porque é que a Força Aérea mandou dois (!) F16 perseguir a avioneta - para a Espanha um chegou... -, como é que aqueles dois Ferraris da aviação deixaram fugir um "carro de bois" e para é que serviram as "rigorosas buscas" efectuadas pela GNR?
Acresce que este caso apenas veio a lume porque os espanhóis nos alertaram, o que me leva a fazer mais uma pergunta: alguém por cá faz a mínima ideia de quantos casos haverá em Portugal de introdução de droga a partir de Marrocos, por via marítima ou aérea, ou anda tudo a dormir?
E, já que se fala de drogas, para quando uma lei que, à semelhança do que já acontece na Dinamarca - ou na Madeira... -, considere prejudiciais e, consequentemente, ilegais, todas as drogas, até prova em contrário?
Quantos jovens ainda têm que morrer para essas drogas "legais" deixarem de ser vendidas nas chamadas smartshops?
Não me digam que neste caso, à semelhança do enriquecimento ilícito, também há risco de "inversão do ónus da prova".
São pequenas coisas como estas que fazem a diferença entre um país decente e um paraíso para os patifes...