sábado, 14 de dezembro de 2013

Estes linguistas são doidos!

O palavrão do ano

Alguém ouviu, no decorrer deste ano, desabafos do género: "Estes bandidos do governo levaram-me o 13.º mês. Filhos duma grande coadopção"? 


http://visao.sapo.pt/o-palavrao-do-ano=f761251#ixzz2nU1aNvgp

«Bombeiro, coadopção, corrida, grandolada, inconstitucional, irrevogável, papa, piropo, pós-troika e swap!»
C'um caneco! Então e o vernáculo, seus trafulhas? Dass...ilva!
A mim todos os dias me passam pela cabeça (e pela boca!) muitas palavras e garanto que nenhuma delas consta da lista da Porto Editora para palavra do ano.
É só ouvir a cambada de «governantes», «comentadores», «empresários» de sucesso, «banqueiros», «jornalistas» e outros vendedores de banha da cobra que nos tentam convencer de que a miséria é não só inevitável como desejável e merecida.
No ano passado, ganhou uma palavra que nunca ninguém tinha ouvido antes, nem voltou a ouvir depois: «entroikado».
No ano anterior, tinha ganho «austeridade».
Em 2010 fora eleita a palavra «vuvuzela».
Cá para mim, a Porto Editora anda a inventar palavras para ver se as pessoas actualizam os dicionários...
Como diria o analfabruto do Cavaco, nunca fiz, não faço, nem fazerei (http://www.youtube.com/watch?v=tG2kpY2KoIA) comentários sobre a vida dos linguistas. Mas lá que andam a inventar de mais, lá isso...
Rais os parta!


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A merda do Acordo Ortográfico tem as costas largas...

- Pacto leva C;
- Impacto leva C;
- Facto leva c;
- Cágado leva acento (cagado é outra merda totalmente diferente);
- Apto leva P;
- Victor Jara e Victor Hugo leva C;
- Designar leva G;
- Raul e paul não levam acento no U;
- Peru e cu tb não;
- Rubrica também não;
- Diz-se glicemia e não glicémia, porque também se diz anemia e não anémia;
- O singular de cara[c]teres é cará[c]ter e não cara[c]tere;
- Residencial não leva acento circunflexo no E; residência é que leva;
- Beneficência e não beneficiência;
- Precariedade e não precaridade;
- E tantos et caetera...

Analfabrutos, parem de atirar as culpas para a merda do AO!
Dass...ilva...


JÁ NÃO HÁ PACHORRA!

- Há (às vezes Á...) anos ATRÁS;
- SOBRE pressão;
- SAIR à rua;
- ENTRAR [para] dentro;
- Estreia ABSOLUTA;
- AMBOS os dois (um e outro);
- Constelação de estrelas;
- Amigo PESSOAL;
- Eu PESSOALMENTE;
- É SUPOSTO provocar;
- QuinhentAs gramas (quinhentos, se faz favor);

PORRA, que fala-se (e escreve-se) cada vez pior!


sábado, 23 de novembro de 2013

Alemanha, o gigante europeu [também] da prostituição

«A Alemanha tornou-se um imenso bordel, diz o ‘Economist’. Com 400 mil prostitutas/dia a servir um milhão de clientes, o país de Merkel é já o destino de “turismo sexual” na Europa…»
http://inteligenciaeconomica.com.pt/?p=19309

Deixa lá ver:
- 400 mil prostitutas/dia a servir um milhão de clientes;
- 2,5 trancadas por prostiputa;
- 65 dólares por trancada (48,395 euros ao câmbio de hoje, mas arredondemos para 50, até porque é mais verosímil);
- 50 milhões de euros por dia em pinocadas;...
- vezes 365 dias, dá mais de 18 mil milhões de euros por ano.  
Estas meninas poderiam, se quisessem – e, como diria o Crato, se não comessem –, pagar o nosso resgate em pouco mais de quatro anos.  
Andando actualmente a dívida pública portuguesa à volta de 215 mil milhões de euros, as gajas poderiam pagá-la, a preços actuais (que até não são especialmente caros, como se pode ver aqui: http://www.havocscope.com/black-market-prices/prostitution-prices/) em pouco mais de uma dúzia de anos.  
Evidentemente, sem contar com os juros, nem com o que a dita cuja dívida ainda vai aumentar até lá.  
Percebe-se assim melhor a pujança da economia alemã.  
Putas do car...!
 
PS - Só por curiosidade, sempre gostava de saber quanto é que a chefe delas levará por sessão. Sendo uma puta fina (ou grossa, depende do ponto de vista...), deve ser para cima de uma pipa de massa.

domingo, 10 de novembro de 2013

SOB é debaixo. SOBRE é por cima!

O idiota do ministro dos negócios (dele) estrangeiros disse na Índia - onde foi com uma data de chulos como ele gastar mais uns milhares do nosso dinheiro - que Portugal só evita um novo resgate se os juros descerem para 4,5%.
Imediatamente o Seguro comentou:
"Eu aconselhava, e apelo ao primeiro-ministro, é que ponha juízo nos seus ministros para que eles não criem mais problemas para o país".
Uma impossibilidade, uma vez que um maluco não pode pôr juízo seja em quem for, nem nele próprio...
Para o secretário-geral do PS, estas afirmações do Machete "colocam Portugal sobre uma pressão que não precisava"...
SOBRE pressão!

Ou seja, para ele Portugal está em cima da pressão e não debaixo dela.
Uma coisa é o fatela do Paulo Bento confundir SOBRE (em cima) com SOB (em baixo) dez vezes em cada conferência de imprensa.

Agora do Seguro esperava-se mais um bocadinho.
Não muito, mas um bocadinho... duas letrinhas...

Gente fina e... massa bruta

Eu sei que sou um bocado abrutalhado (falta-me a "finesse" da gente... fina).
Mas ao ver a notícia de um restaurante de luxo com reservas esgotadas há meses, em que o "chef" (o melhor do mundo!) põe num prato enorme um filetezito minúsculo de linguado por cima de umas pinceladas de diversos tipos de... vomitado (pelo menos assim me pareceu), aquilo deu-me asco.
Por três razões:
Porque é um prato todo apaneleirado;
Porque é tão pouca quantidade que um gajo quando acaba de comer fica com a mesma fome que no princípio;
Porque há gente que adora gastar centenas de euros em coisas destas, ao mesmo tempo que defende que milhares de pessoas devem aceitar de bola baixa e agradecidos salários do mesmo valor.
Vou dizer com todas as letras o que me vai na alma, numa única palavra: PUTAQUEOSPARIU!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Lá, como cá, o mexilhão...

Nos Estados Unidos, a guerra entre deputados democratas e republicanos impediu a aprovação do orçamento... de 2014.
Primeira impressão:
- Eh, pá, os americanos são mesmo rigorosos. O orçamento de 2014 é aprovado até 1 de Outubro de 2013, hã? Por cá, muitas vezes, nem no dia 1 de Janeiro. E quando é aprovado a tempo, sofre sempre uma carrada de orçamentos rectificativos ao longo do ano...
Resultado desta disputa: 800 mil funcionários públicos "menores" foram mandados para casa, por não haver dinheiro para lhes pagar.
Segunda (e final) impressão:
- Lá, como cá, quem se lixa é sempre o mexilhão. É que para os FDP dos deputados (congressistas) continua a haver dinheiro...
Num país tão rico como os Estados Unidos, não deixa de ser estranho que esta luta tenha por base a oposição dos republicanos ao chamado Obamacare, ou seja, ao plano do Obama para garantir cuidados de saúde a todos os americanos, incluindo aos mais de 40 milhões de pobres.
Por cá, ainda não chegámos a esse ponto.
Mas para lá caminhamos...
Também para nós, é muito estranho ver milhares de funcionários públicos irem para casa, por não haver dinheiro para lhes pagar, assim, sem mais nem menos, sem tribunais, nem manifestações, nem greves, nem campanhas agressivas na comunicação social.
Mas para lá c... pois.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O PSD pode continuar a fazer cortes, pois então!

Perante os resultados destas eleições, constato que o PSD não só não foi varrido do mapa autárquico, como tem toda a legitimidade para prosseguir a política de empobrecimento do País.
Parece um contra-senso?
Talvez, mas não é....
É verdade que o PS ganhou e, portanto, que o PSD perdeu as eleições. Mas isso é normal, se atendermos ao facto de estarmos a meio de uma legislatura e numa época de severíssima austeridade. No total, somando os votos nas autarquias em que concorreu sozinho com os que teve em coligações, o PSD terá tido cerca de um milhão e quinhentos mil votos, contra um milhão e setecentos mil do PS. Não me parece que isto seja esmagador... Nessa medida, reafirmo que estas eleições não retiraram nenhuma legitimidade ao PSD para prosseguir nos cortes a que nos tem sujeitado, nomeadamente reduzindo os funcionários públicos, os seus salários e as reformas.
Estes resultados confirmam ainda outras coisas:
1. O PS ganhou, mas teve menos trezentos mil votos do que há quatro anos.
a) Isto significa que a maioria do portugueses não vê o PS como uma verdadeira alternativa ao PSD.
b) Mais, muita gente acha que o PS tem muita responsabilidade na enorme crise que estamos a atravessar. E não terá? Afinal, governou quase treze anos nos últimos dezoito...
2. O PCP (mais o seu apêndice) capitalizou com a crise. Como seria de esperar.
a) Há 20/25 anos, quando começaram a jorrar os milhões de Bruxelas, os portugueses convenceram-se de tinham entrado no clube dos ricos e desataram a consumir desalmadamente. Naturalmente, nesse contexto, não faria sentido continuar a votar nos comunistas, pelo que estes foram perdendo sucessivas câmaras.
b) Agora, que estamos de novo com as calças na mão, desfeito o sonho de riquezas sem fim, muitos viraram-se de novo para a CDU, como derradeira esperança perante este descalabro. Findo o sonho de se tornarem uns mini-capitalistas, muitos regressaram ao partido dos anti-capitalistas. Quando a crise passar - e, em muitos casos, quando as autarquias comunistas voltarem a equilibrar as suas contas... - , lá voltará a CDU a recuar.
3. Do CDS e do Bloco não vale a pena dizer grande coisa, já que o primeiro não passa de um apêndice do PSD e o segundo não passa de um partido de protesto... ou nem isso. Se perante uma crise destas o BE conseguiu pouco mais de cem mil votos (perdeu sessenta mil votos em relação a 2009), num universo de mais de nove milhões de eleitores (?), isso só pode significar que ou as pessoas não os compreendem ou eles não conseguem fazer passar a sua mensagem. O que vai dar no mesmo...
E pronto. Vem aí o orçamento para 2014, com mais uma carrada de austeridade, especialmente para os funcionários públicos e para os reformados, e daqui por dois anos voltaremos a votar. Os que lá chegarem. É assim a democracia...

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Bombeira de Carregal do Sal morre no combate a fogo

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/bombeira-carregal-sal-morre-no-combate-fogo

Calma! Nada de dramatismos!
Afinal, o Coelho garante que "a situação não é mais difícil do que em anos anteriores" e que não existe "responsabilidade directa a imputar a alguém" pela morte dos bombeiros, sublinhando ainda que estes têm "uma actividade arriscada", tornando possível que "situações" como estas "possam ocorrer".
Digamos que estas mortes são "danos colaterais".
Ou, mais propriamente, "fogo amigo"...

E depois os trafulhas somos nós...

A propósito desta vigarice que os espanhóis andam a fazer com os turistas britânicos, aproveitando o nome que o Algarve tem naquele país para vender o produto deles mais barato, recordo-me de há uns anos ter lido que em Trás-os-Montes uma pequena empresa de produção de queijos foi vendida a espanhóis, porque não era rentável.
O queijo que produziam era especial, porque as ovelhas comiam umas ervas que só existiam naquela zona.
Como era uma produção pequena, e nem todos os anos aquelas ervas floresciam, não era muito rentável.
E o que fizeram os espanholitos aldrabões?
Para garantir uma produção grande, começaram a juntar leite de ovelhas espanholas ao das "nossas", mantendo no entanto o nome daquele queijo, cujo nome não recordo.
Coisa parecida se poderá dizer do presunto Pata Negra.
Três exemplos de marcas portuguesas com implantação no mercado e aproveitadas pelos espanhóis, numa perspectiva ciganóide de abastardamento dessas marcas com o único objectivo do lucro fácil e imediato.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Estes bombeiros são loucos!

Hoje morreu uma jovem bombeira, deixando uma filha com quatro anos.
Mais uma, poucos dias depois do anterior.
Desde 1980, morreram 218 bombeiros em Portugal, em serviço.
Destes, 105 em incêndios florestais.
A conversa é sempre a mesma: "o problema é dos incendiários".
E pede-se ajuda à Espanha e à França, (para inglês ver), ao mesmo tempo que se manda meia dúzia de militares fiscalizar as matas.
Todos os anos a mesma coisa...
Há alguns anos, um governo qualquer noticiou que iam ser colocados rebanhos de cabras e de ovelhas em determinadas áreas, para comerem o mato.
Os anos passaram-se e nunca mais se falou no assunto.
Chamar aos bombeiros heróis é muito e não é nada.
São voluntários, na sua grande maioria.
Se fossem profissionais, provavelmente estariam todo o Verão em greve...
Morrem mais do que os militares e os polícias juntos, apesar de serem estes que juram dar a vida pela Pátria...
Portugal tem mais de um milhão de desempregados - fora os muitos milhares que têm emigrado -, e não há porcaria de governo nenhum que aproveite esta gente forçadamente ociosa para fazer a única coisa que pode realmente acabar com a tragédia dos fogos: LIMPEZA DAS MATAS!
Os muitos milhões de euros que todos os anos ardem por falta de prevenção davam e sobravam para criar uma verdadeira e lucrativa indústria florestal, com a criação de milhares de postos de trabalho.
Até o mato podia dar lucro, fosse como alimento para o gado ou como biocombustível.
O que fará correr os bombeiros?
Que espécie de gente é esta, que morre para defender a propriedade dos outros, sem ganhar nada com isso?
E se eles se fartassem e fossem à sua vidinha?
Será disso que o País está à espera?

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Umas férias para (des)cansar...

Um amigo meu foi este ano de férias para a Manta Rota.
Ao chegar, viu-se aflito para encontrar, naquele imenso areal, um cantinho desocupado.
- C'um caraças! Como é que uma praia tão grande tem tão pouco espaço disponível? E mais que há crise - disse ele para a mulher.
- É precisamente por isso. Senão, estava tudo na República Dominicana e em Cancún - respondeu ela.
Finalmente lá encontraram um pequeno espaço livre e ele refastelou-se imediatamente na toalha. Como bom português que se preza de ser, passados cinco minutos estava a dormir uma bela sesta, enquanto a sua pele ia adquirindo aquela tonalidade tão característica do camarão cozido.
De repente, acordou com alguém a gritar:
- Bolinha! Olha a bola de Berlim!
- Raios partam isto! - desabafou ele. - Não me bastava já o Coelho com o seu batalhão de guarda-costas a ocupar a praia toda e agora até a Merkel vem para aqui de férias? - e, dizendo isto, levantou-se e começou a ir-se embora.
- Onde é que vais? - perguntou a mulher.
- Vou dar uma volta para espairecer! Olha, já sei! Vamos almoçar ao Frango da Guia!
Quando deu por ele, estava metido num engarrafamento na 125. 
Mal se livrou desse aperto, por pouco não se viu envolvido numa colisão entre vários veículos, provocada por uma ultrapassagem perigosa feita por um energúmeno cheio de pressa, apesar de também estar de férias.
Quando finalmente chegaram ao restaurante, tiveram que ficar quase duas horas a secar, à espera de lugar. 
Depois do almoço, e como estavam perto, resolveram ir até à Urbanização da Coelha.
- Vamos espreitar a famosa vivenda do nosso "pdesidente". O gajo 'tá de férias, até pode ser que a gente o veja, teso que nem um carapau. Parece que engoliu um garfo.
Não tiveram a mínima hipótese. À rua da Gaivota Azul apenas podem aceder os moradores, ou o "pessoal autorizado". Disso se encarrega o bófia que lá está em permanência, numa guarita.
Quando as férias acabaram, vieram para cima pela estrada velha, atravancada de carros, como nos velhos tempos. Como nos velhos tempos, fangios impacientes aceleravam a fundo para ultrapassarem três carros seguidos num traço contínuo.
Ao lado, um bólide passava de quinze em quinze minutos a 200 à hora, com a autoestrada só para si...

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A culpa é nossa!

Lei n.º 46/2005 (limitação de mandatos):
1 — O presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia só podem ser eleitos para três mandatos consecutivos, salvo se no momento da entrada em vigor da presente lei tiverem cumprido ou estiverem a cumprir, pelo menos, o 3.º mandato consecutivo, circunstância em que poderão ser eleitos para mais um mandato consecutivo.
2 — O presidente de câmara municipal e o presidente de junta de freguesia, depois de concluídos os mandatos referidos no número anterior, não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido.
3 — No caso de renúncia ao mandato, os titulares dos órgãos referidos nos números anteriores não podem candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quadriénio imediatamente subsequente à renúncia.

Uma lei com quase oito anos e um artigo!
A um mês das autárquicas ainda se discute a sua interpretação!
Os políticos que temos pelam-se por estas questiúnculas.
Faz parte do seu "ofício", sem ofensa para quem efectivamente trabalha.
Se não quisessem polémicas em torno deste assunto, teriam posto na lei se os "três mandatos consecutivos" são na "mesma" autarquia ou em "qualquer" autarquia.
Compreende-se, afinal vivem disto. 
Fazem propositadamente leis com buracos, para depois poderem chafurdar neles à vontade.
Os juízes que temos também adoram estas tretas, porque assim podem-se armar nas vedetas que acham que são!
No fundo, também vivem disto. 
Cada um deles é um reizinho no seu tribunal.
Qualquer estrangeiro que nos visite e se aperceba desta polémica compreende imediatamente porque é que chegámos a este triste estado.
Mas no fundo a culpa é dos eleitores, porque se não votassem sempre no mesmo nada disto tinha acontecido.
Eu por mim só gostava que os autarcas, por uma vez na vida, também tivessem que trabalhar, como os cidadãos comuns.
Será pedir muito?

terça-feira, 2 de abril de 2013

Os juízes do TC não são permeáveis...

... Mas convenhamos que são um bocadinho lerdos...

Se o Cavaco tivesse pedido a fiscalização preventiva do orçamento, o Tribunal Constitucional teria que decidir num prazo de 25 dias - ou menos, caso o presidente alegasse urgência.

Sabendo-se que o futuro imediato do país está absolutamente dependente desta decisão, de que outra forma se poderão justificar os mais de três meses que já decorreram?

É sabido que os alemães nos consideram uns madraços. Injustamente, uma vez que os portugueses, em média, trabalham mais horas do que eles. Mas será possível, neste caso concreto, não lhes reconhecer alguma razão?

Apesar das inconstitucionalidades detectadas no orçamento do ano passado, o TC deixou passar os cortes nos subsídios de férias e de Natal, com a justificação do "risco de incumprimento da meta do défice público".

Sendo óbvio que este ano esse risco também existe, poderão os juízes decidir agora de forma diferente?

E que dizer das alegadas fugas de informação que têm dado conta de um chumbo do orçamento?

Haja paciência...

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sócrates e Cavaco são portugueses!

É sobejamente reconhecido que os portugueses gostam muito de dizer mal de tudo e de todos, mas não de assumir as suas próprias responsabilidades.

Também os jornalistas e os comentadores, que se mostraram indignados por o Sócrates não ter ontem admitido a sua responsabilidade na actual situação do País, não têm por hábito fazê-lo, pelo menos publicamente. Pelo contrário, são até muito senhores do seu nariz e dizem uma coisa e o seu contrário, em diferentes ocasiões, com a maior das tranquilidades, porque o que interessa não é a coerência, mas sim o comentário "no momento".
Dos políticos, em geral, nem vale a pena falar. Prometem muito antes das eleições e fazem depois o que querem ou o que acham que devem. E porque mentem eles? Porque "se dissessem a verdade, não eram eleitos". Ou seja, não interessa se um político é um grandessíssimo aldrabão, porque isso faz parte do "show". O povo gosta de espectáculo, gosta de ouvir coisas agradáveis, gosta, em resumo, de ser enganado.

Ontem o Sócrates, como português que é, lá atirou as culpas do resgate para cima de toda a gente, nomeadamente do Cavaco, do PSD, dos bancos, dos jornalistas... e apenas assumiu como erro próprio ter aceitado formar um governo minoritário em 2009. O resto foram erros de pormenor, porque "ninguém é perfeito e só não comete erros quem nada faz".

Mas o Cavaco é igual, ou pior, porque é político profissional – apesar de não o admitir, pensando que somos todos parvos... – há muito mais tempo e, que me lembre, nunca assumiu ter cometido um único erro na sua vida. É aliás célebre a sua frase: "nunca tenho dúvidas e raramente me engano", entre outras pérolas que ficaram para a (pequena) história da nossa democracia.

Voltando aos portugueses, reafirmo que nós também somos assim. E não deveríamos ser, na medida em que a primeira coisa a fazer para emendar um determinado procedimento incorrecto, seja ele qual for, é admiti-lo. A maioria de nós votou no Sócrates e no Cavaco, porque só assim é que eles poderiam ter sido eleitos por mais do que uma vez, como foram. Adorámos a "obra feita" por eles, enquanto havia dinheiro. Como adorámos a dos autarcas e dos presidentes das ilhas, por menos utilidade que essa obra tivesse e por mais dívidas que acarretasse.

Mas agora, que estamos finalmente confrontados com o erro colossal que foi este modelo de "desenvolvimento" baseado no betão e no alcatrão – assim como na destruição das nossas pescas, indústria e agricultura, por mais insípidas que estas fossem –, atiramos a responsabilidade para cima dos políticos que o executaram e tentamos enganar-nos a nós próprios, como se nada tivéssemos que ver com o assunto.

É muito fácil insultar o Sócrates (principalmente se ele estiver em Paris) e o Cavaco, que, enclausurado em Belém, a gozar as delícias de uma pré-reforma dourada, raramente reage.

Mais difícil, mas mais correcto, seria se todos nós, enquanto povo, assumíssemos as nossas responsabilidades colectivas, por termos sucessivamente caucionado estes políticos e estas políticas, e as nossas responsabilidades individuais, por termos querido acreditar que a Europa tinha feito de nós uns novos-ricos – apesar de não produzirmos riqueza para termos esse estatuto –, e por nos termos endividado tanto.

Enquanto assim continuarmos, estaremos mais longe de ultrapassar a crise e mais sujeitos a ter uma recaída quando esta finalmente passar.

terça-feira, 26 de março de 2013

Todos pecados, mas uns mais que outros


Pecado da preguiça – Nós, os «do sul», já tínhamos sido acusados pelos nossos «parceiros» alemães, no início deste «processo de ajustamento», de sermos preguiçosos. Segundo o «motor» da Europa, o nosso endividamento excessivo deve-se a sermos pouco amigos de trabalhar. Isto apesar de – segundo a OCDE e o Eurostat – trabalharmos mais do que os «virtuosos» alemães.
Pecado da inveja – Agora, foi o ministro das finanças daquele a que alguns já chamam o «Quarto Reich» afirmar que as «críticas à Alemanha devem-se a inveja». Esta acusação é, simultaneamente, mais difícil de provar e de desmentir do que a primeira, pelo que cada um ficará na sua. Por mim, não aceito uma nem outra. Preguiçosos e invejosos há-os por todo o lado, incluindo naturalmente na Alemanha.
Seja como for, não deixa de ser curioso que, dos sete «pecados mortais», as pessoas «importantes» e «bem-sucedidas» sistematicamente escolham estes dois para esfregar na cara de quem manifesta a sua indignação por haver no Mundo tanta desigualdade na distribuição da riqueza (os 2% mais ricos da população adulta detêm mais de 50% dos activos mundiais, enquanto os 50% mais pobres detêm apenas 1% da riqueza do planeta).
Como se apenas estes dois pecados devessem envergonhar as pessoas. É verdade que a luxúria surge, nos tempos que correm – mais tolerantes com as sexualidades – como um pecado menor. Mas que dizer da gula, da ganância e da soberba, tão características de quem tanto tem enriquecido desde o início da crise (o dinheiro não desapareceu, apenas mudou de mãos…)?
E quanto à ira, que cada vez mais se vai apoderando da maioria que tanto tem empobrecido em consequência dessa mesma crise?

GULA - Vício de comer e beber em excesso.
AVAREZA - Ganância, apego excessivo e descontrolado pelos bens materiais e pelo dinheiro.
LUXÚRIA - Desejo passional e egoísta pelos prazeres sensuais e materiais.
IRA - Sentimento intenso e descontrolado de raiva, ódio ou rancor, que pode ou não gerar desejo de vingança.
INVEJA - Desejo de possuir algo que outra pessoa possui ou de usufruir de uma situação semelhante à de outrem.
PREGUIÇA - Aversão ao esforço e ao trabalho.
SOBERBA - Atitude sobranceira, arrogância, vaidade ou orgulho.

quarta-feira, 13 de março de 2013

terça-feira, 12 de março de 2013

Vergonhas de Portugal

A corrupção, que mina o Estado, enriquecendo parasitas e empobrecendo o País;

A nossa (in)justiça, forte com os fracos e fraca com os fortes;

Mas acima de tudo, a maneira como tratamos os nossos velhos, despejando-os em lares sem um mínimo de condições, enquanto o Estado, a quem competia tomar conta deles, se demite ESCANDALOSA e VERGONHOSAMENTE das suas responsabilidades!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Grândola vila morena, pois claro!

O professor Marc(t)elo, no seu habitual palanque dos domingos, sugeriu ao PSD, a propósito da contestação de que os ministros estão a ser ultimamente alvo, que pusesse os "jotinhas" a enfrentá-la.

Três dias depois, na faculdade em que dá aulas, lá apareceram os futuros Relvas e Coelhos a impedir os "grandoleiros" de entrar na sala, garantindo assim que os militantes do PSD pudessem discutir tranquilamente os cortes de 4 mil milhões.

À saída do debate - certamente muito enriquecedor -, respaldado nas dezenas de putos ansiosos por mostrar serviço - talvez ainda haja vagas para consultores especialistas pagos a peso de ouro... -, nas duas ou três carrinhas da polícia de choque/intervenção e numa data de gorilas à civil, o primeiro-ministro enfrentou "corajosamente" os manifestantes, evitando a saída pela porta dos fundos de outras ocasiões. 

Ao lado, comentando os acontecimentos para quem quer que lhe pusesse um microfone à frente, lá estava o professor a explicar que os putos deveriam ter saído à frente - é preciso explicar tudo tintim por tintim, dass!... -, para evitar o contacto (mais ou menos) directo do primeiro-ministro com os estudantes contestatários.

O Marcelo é professor, jurista, conselheiro de estado, comentador de tudo e mais alguma coisa, nomeadamente de política e de futebol, e político, na medida em que é militante do PSD e seu ex-presidente, bem como ex-autarca. Ah!, não sei se também se considera jornalista, mas se não é já foi.

Um verdadeiro sabe-tudo, tirando o que não sabe. Como, por exemplo, porque é que os excrementos dos cabritos são umas bolinhas, as vacas largam placas de bosta e os cavalos umas bolas bem grandes, apesar de comerem todos erva. Ou, como diria o garoto da anedota, "não entende de merda nenhuma".

Seja como for, o certo é que, mais uma vez, foi um comentador "outsider" a anunciar aos portugueses uma decisão do governo. Desta vez, convocar civis da situação para enfrentar civis da oposição.

Nada tenho contra quem se manifesta cantando a Grândola. É preferível fazê-lo desta maneira do que "à espanhola", ou "à grega". Ou não?

Apenas gostaria que os manifestantes fossem em maior número - mas quê?, não apetece sair do sofá...-, bem como que cantassem um pouco melhor esta canção tão simbólica.

Quanto às pessoas que têm barafustado contra esta original forma de protesto, são elas:

1. gente "importante", desde comentadores encartados a políticos... do PS(!), delirantemente preocupados com uma suposta "falta de liberdade de expressão" dos governantes;

2. o homem mais rico de Portugal - e, certamente, da Holanda... -, que, depois de ter tentado transformar o "dia do trabalhador" no "dia do consumidor", veio agora, cheio de razão, dizer que "não basta protestar, é preciso apontar soluções";

3. alguns grandolenses, preocupados com "o excessivo desgaste e consequente perda de significado" da imortal canção do Zeca.

Enfim, como diz o Pedro Barroso, "quem não gosta, não gaste, deixe ficar".

Por enquanto, ainda estamos numa democracia. 

Seja lá isso o que for...

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Não é escurinho, é preto!


O nosso país está cheio de ladrões, desde os governantes aos empresários das PPP e de outras grandes negociatas com o Estado, e ninguém se indigna;
O FMI, a União Europeia e a Alemanha estão a tentar (e a conseguir...) rebentar com isto tudo, e ninguém se indigna;
Todos os dias morrem milhões de pessoas em todo o mundo (incluindo muitas crianças), pretas, brancas e amarelas, com fome, com falta de água potável e de de cuidados médicos, e ninguém se indigna;
Há pessoas que vão à missa ao domingo, fingir que são muito católicas, e que passam o resto do tempo a roubar cada um, e ninguém se indigna;
O homem mais rico de Portugal (e da Holanda, não?...) "indigna-se" por ter um pacemaker pago pelo Estado e ninguém se indigna por ele não dar alguns dos seus muitos milhões para ajudar o cada vez maior número de portugueses que nem para comer têm...
Mas o Arménio chama escurinho ao preto chefe do FMI que nos tem andado a destruir a economia e TODA A GENTE SE INDIGNA!
Se chamar preto a um preto é racismo, como se deverá então qualificar as teorias e, principalmente, as práticas, que apregoam a superioridade de um grupo racial sobre os outros, preconizando a separação destes dentro de um país ou visando o extermínio de uma minoria?
Devia haver limites para a hipocrisia, mas infelizmente não há...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ainda e sempre, a porca da política...


Tirado do «Económico» de hoje:

«Álvaro Beleza, coordenador do PS para a área da Saúde, afirmou que a ADSE é um sistema injusto e que se deve acabar com os subsistemas de saúde, mas gradualmente, porque o SNS não está preparado para receber 1,3 milhões de pessoas que têm ADSE, o que também criaria grandes dificuldades aos hospitais privados.
O pai do SNS, António Arnaut, mostrou-se favorável ao fim progressivo da ADSE e Correia de Campos, antigo ministro do PS e voz respeitada na área da Saúde, também veio defender a substituição da ADSE por um novo mecanismo.
O presidente do Hospital de S. João, António Ferreira, mostrou que, em 2011, aquele subsistema teve uma despesa total de 861,3 milhões. Como as contribuições das entidades empregadoras foi de apenas 221,5 milhões, o défice real da ADSE em 2011 foi de 639,8 milhões de euros. Os números são claros, como clara é a injustiça do sistema e a necessidade de o reformar. O País tem de acabar com todos os subsistemas, até porque uma grande parte dos funcionários da Administração Central do Estado não tem direito à ADSE por ter contratos individuais de trabalho e, ao mesmo tempo, muitos funcionários públicos têm direito a dois e, por vezes, três sistemas pagos pelo Estado, que o mesmo é dizer por todos nós.»

Do «Correio da Manhã» do dia 11:

«A Inspeção-Geral de Defesa Nacional (IGDN) descobriu o pagamento ilegal de quase 13 milhões de euros em despesas de saúde de familiares de militares inscritos ao arrepio da lei no sistema de saúde das Forças Armadas. Como "foram identificadas situações passíveis de configurar eventuais responsabilidades financeiras", a manutenção da inscrição, após esta ter sido declarada ilegal pela IGDN e a Inspeção-Geral de Finanças em 2008, gera suspeita de fraude.
A despesa ilegal, de 2008 a outubro de 2011, foi paga pelo Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), que gere a Assistência na Doença dos Militares (ADM). E dirá respeito a gastos de quase 12 mil beneficiários que, trabalhando no setor privado, descontavam para a Segurança Social e não para a ADM.
No centro deste caso está um protocolo, de 2007, entre o IASFA e a atual Autoridade Central do Sistema de Saúde (ACSS). E que visava a "inscrição na ADM, como beneficiários protocolares, dos cônjuges ou equiparados dos militares das Forças Armadas que efetuassem descontos para a Segurança Social em resultado do exercício da atividade privada".
A auditoria revela que o protocolo foi denunciado pela ACSS, no final de 2010, "implicando a sua não renovação para 2011, contudo, os ramos das Forças Armadas continuaram a inscrever novos beneficiários ‘protocolares'".»

Conclusões:

1. Confirma-se que Portugal é um país de corruptos, oportunistas e bandidos.
2. Confirmar-se-á, se tudo decorrer dentro da normalidade, que a nossa justiça é terceiro-mundista, pois provavelmente ninguém será preso e muito menos o Estado indemnizado.
3. Confirma-se que Portugal é um país profundamente desigual - neste caso entre (alguns) servidores do Estado, que têm acesso a uma saúde de luxo paga por todos, e os outros, que têm uma saúde (cada vez mais) de lixo.
4. Confirma-se que esta chocante desigualdade não causa engulhos a ninguém, desde o Presidente da República - que se preocupa mais com as suas próprias reformas, que considera insuficientes, apesar de totalizarem cerca de dez mil euros, e de ter «cama, mesa e roupa lavada» - aos próprios cidadãos - que sempre a aceitaram... -, passando pelo próprio Tribunal Constitucional - que nunca se pronunciou sobre ela, apesar de ser manifestamente inconstitucional - e, claro, por TODOS os partidos - que nunca se manifestaram contra esta gritante injustiça social, como, aliás, nunca o fizeram relativamente a tantas outras regalias de que gozam os funcionários públicos, como o horário de trabalho mais curto, a impossibilidade de serem despedidos, ou a garantia do salário ao fim do mês.
5. Perante esta trapalhada do PS, cuja posição oficial continua a ser - apesar do que disseram três dos seus principais especialistas nas questões da saúde - favorável à continuação da ADSE, segundo José Lello, porque «a maioria dos funcionários públicos são eleitores do PS», confirma-se que o PS não vai levar o meu voto nas próximas eleições. Mas, como nenhum partido - nem sequer o PSD, que se tem comprazido em destruir tudo e mais alguma coisa - é a favor da criação de um SNS único e igual para públicos e privados, está-me a parecer que, nas próximas eleições - se lá chegar(mos) -, vou engrossar as fileiras do "maior partido": o dos abstencionistas.
Por muito que me custe. E custa, porque me lembro sempre dos tempos em que a maioria das pessoas não podia votar. Será para isso que caminhamos novamente?...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Estes americanos são loucos!

Ocorreu hoje mais um tiroteio numa escola americana, na sequência do qual dois estudantes ficaram feridos. O atirador foi detido. Surpreendentemente, não morreu ninguém.
Entretanto, os americanos, em nome do direito à auto-defesa, andam a discutir se devem restringir a venda e uso de armas ou se, pelo contrário, devem fornecê-las às crianças para que estas se possam defender...
"A well regulated militia, being necessary to the security of a free state, the right of the people to keep and bear arms, shall not be infringed."
Qualquer coisa como:
"Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá ser impedido."
Trata-se da Segunda Emenda à Constituição dos Estados Unidos, em nome da qual toda a gente, excepto os tontinhos e os crimin cadastrados, podem andar armados.
Esta Constituição foi aprovada em 1788 e as dez primeiras Emendas, que formam a Bill of Rights (Lei dos Direitos), foram introduzidas em 1791.
E ainda há quem diga a nossa Constituição, que entrou em vigor em 1976 e já sofreu sete (7) revisões, a última das quais em 2005, está datada!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Sporting: rebaldaria total


O Ismailov deu uma entrevista a dizer que espera ser campeão este ano. Quem está no Porto, como se costuma dizer, arrisca-se a isso. Ou seja, quando um jogador de futebol abre a boca, normalmente diz banalidades. A novidade está no facto de o (ex?) jogador ter falado em... inglês, apesar de estar em Portugal há quase seis anos. 
Duas notas:
1. Se o empenho do Ismailov em jogar no Sporting tiver sido idêntico ao demonstrado na aprendizagem da língua portuguesa, está explicado porque é que jogou tão pouco.
2. Se o Sporting não consegue sequer motivar os seus jogador estrangeiros para que aprendam a nossa língua, está explicado porque é que eles rendem tão pouco dentro do campo.
Bem sei que em Portugal fazemos muito gosto em falar com quem nos visita na respectiva língua, ou, no mínimo, em inglês. Mas, que diabo, uma coisa é a hospitalidade, que nos fica muito bem, e outra é um jogador estar meia dúzia de anos no nosso país - com todo o tempo livre que os jogadores de futebol têm - e nem se dignar aprender a falar português.
Além de ser uma grande demonstração de preguiça e/ou de burrice, é também uma enorme falta de respeito para com este país que tão bem acolhe estes artistas.
Muito melhor, aliás, do que aos jogadores nacionais, que, por este andar, qualquer dia nem na Selecção terão lugar...

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Não é sobre, é SOB!



Como é que Portugal quer fazer um (des)acordo ortográfico com o Brasil, se o principal problema da língua portuguesa não é, nem nunca foi, a questão das consoantes mudas, que não fazem nem nunca fizeram confusão a ninguém - olha se os ingleses e os franceses se lembrassem de eliminar as letras que não pronunciam! -, mas sim o facto de a maioria dos seus falantes não a saber utilizar correctamente?
Não acredito que o Eduardo Barroso não saiba a diferença entre SOB (debaixo) e SOBRE (por cima). O Paulo Bento ainda vá que não vá, que não deve ter estudado (nem lido) muito, agora um "sôtor"/cirurgião/presidente, ná. Resta portanto a possibilidade de o ignorante ser o jornalista d'«O Jogo» que escreveu esta notícia.
Nesta possibilidade, sinceramente, não me custa nada acreditar. Porque se o jornalismo, em geral, anda pelas ruas da amargura, com as dificuldades financeiras a obrigarem as empresas a despedir os bons - mais caros - para contratarem "maçaricos" - ao preço da chuva -, o jornalismo desportivo se calhar ainda está pior, porque não passa de um jornalismo de segunda categoria, cujos profissionais mais não fazem do que alimentar o facciosismo dos adeptos para venderem o seu peixe.
Em vez de ensinarem as pessoas a falar e escrever sem erros, os "iluminados" linguistas de cá e de lá preferiram a fuga para a frente de inventar um (des)acordo de "uniformização" da língua portuguesa - parece que por causa de uns "documentos oficiais da ONU"... -, em que continuam a existir montes de palavras que se podem escrever com ou sem consoantes mudas - conforme cada pessoa decida ou não pronunciá-las... -, com ou sem hífenes e ainda com a invenção desta aberração que é terem feito desaparecer algumas das tais consoantes do português de Portugal, enquanto as mantiveram no português do Brasil.
Pobre língua, tão linda e tão maltratada...

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Quanto valem as palavras de Cavaco?


A propósito do discurso do Presidente da República, apetece-me fazer alguns comentários.
O primeiro é que não o ouvi, porque há muito tempo que considero que não vale a pena. Cala-se quando deveria falar e quando fala só diz banalidades.
Seja como for, como os nossos media acham que não há neste desgraçado país nada mais importante para fazer do que comentar banalidades - sejam de quem for e, por maioria de razão, do nosso "prusidente" -, qualquer pessoa minimamente atenta ao que a rodeia não consegue evitar ser matraqueada com a verborreia de tantos (pseudo) jornalistas e comentadores e, sendo assim, já me feriram os ouvidos dezenas de vezes alguns trechos do tal discurso.
As palavras do homem que disse que nunca se enganava e raramente tinha dúvidas; que se insurgiu contra umas supostas forças de bloqueio; que se queixou de que não o deixavam trabalhar; que dedica dez minutos por dia à leitura de jornais, porque tem mais que fazer; que criou o monstro que mais tarde abominou; que desejou a morte dos funcionários públicos para assim o Estado poder deixar de lhes pagar; que afirmou que os agentes políticos incompetentes expulsam os competentes, apesar de ser o político com mais anos de exercício depois do 25 de Abril; que acreditou (?) nas palavras de Dias Loureiro de que nada tinha feito de  ilegal no grupo SLN; que insinuou que o Sócrates lhe andava a vasculhar nos computadores; que já disse umas trezentas vezes que Portugal está numa situação insustentável, mas que apesar disso nada faz para o evitar; que afirmou, acerca das escandalosas mais valias que recebeu dos seus amigos do BPN, que terá que nascer duas vezes quem quiser ser mais honesto do que ele; que acha que os 800 euros que a mulher recebe de reforma (obviamente, porque não trabalhou/descontou para mais) não lhe chegam para viver, tendo ele que a sustentar (enquanto espera que morra?...); que há dois anos dizia que havia limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos; que achava que o corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e dos pensionistas era uma violação básica da equidade fiscal e que, depois disso, promulgou dois orçamentos que os cortam; que fica extasiado com o suposto sorriso de umas vacas a pastar, ao mesmo tempo que cada vez mais pessoas passam fome; que se queixa de que dez mil euros não lhe chegam para viver, apesar de ter cama, mesa e roupa lavada (e carro e motorista, e segurança e carradas de ajudantes pagos por nós...); as palavras desta personagem tragicómica, realmente, não valem grande coisa.
E menos ainda valem os seus actos...