O palavrão do ano
Alguém ouviu, no decorrer deste ano, desabafos do género: "Estes bandidos do governo levaram-me o 13.º mês. Filhos duma grande coadopção"?
«Bombeiro, coadopção, corrida, grandolada, inconstitucional, irrevogável, papa, piropo, pós-troika e swap!»
C'um caneco! Então e o vernáculo, seus trafulhas? Dass...ilva!
A mim todos os dias me passam pela cabeça (e pela boca!) muitas palavras e garanto que nenhuma delas consta da lista da Porto Editora para palavra do ano.
É só ouvir a cambada de «governantes», «comentadores», «empresários» de sucesso, «banqueiros», «jornalistas» e outros vendedores de banha da cobra que nos tentam convencer de que a miséria é não só inevitável como desejável e merecida.
No ano passado, ganhou uma palavra que nunca ninguém tinha ouvido antes, nem voltou a ouvir depois: «entroikado».
No ano anterior, tinha ganho «austeridade».
Em 2010 fora eleita a palavra «vuvuzela».
Cá para mim, a Porto Editora anda a inventar palavras para ver se as pessoas actualizam os dicionários...
Como diria o analfabruto do Cavaco, nunca fiz, não faço, nem fazerei (http://www.youtube.com/watch?v=tG2kpY2KoIA) comentários sobre a vida dos linguistas. Mas lá que andam a inventar de mais, lá isso...
Rais os parta!